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quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

O que te faz feliz






O dicionário define a felicidade como sorte (ventura).
Alguns músicos dizem que a felicidade é a presença da pessoa amada, ou a própria existência dela, ou o cheiro dela e as sensações que o sentimento do amor correspondido provoca.
Felicidade é só uma palavra, e encontra-se cercadas por outras centenas, milhares de palavras milimetricamente arrumadas, formando histórias, formando vidas e formando sorrisos de um leitor convicto que sabe que nada mais lhe faz tão feliz quanto viver sua realidade nas páginas de um bom livro.
Já os escritores dizem que felicidade sem motivo é a sua forma mais autêntica (Carlos Drummond). E  alguns deles concordam que ela é o próprio caminho de si, e o segredo de sua existência está em perceber que ela está mais perto do que se imagina, como os óculos do vovozinho nos versos de Quintana.
Os cães são os mais felizes do mundo quando no reencontro com seu dono percebem e recebem o mesmo amor com que lhe abanam o rabo.
A felicidade vem de dentro, de fora, de cima, de todo lugar.
Pode ser observada num sorriso, nas lágrimas da emoção, num abraço apertado ou até no silêncio.
É um estado de espírito, é sinônimo de alegria, é feita de bons momentos vividos, é algo abstrato.
Ou nada disso! Felicidade é uma coisa concreta! Uma vida próspera e bem estruturada, uma família bem formada, com bons títulos.
Felicidade é doce, salgada, quente, refrescante, macia, suculenta e azeda também.
Ela vem de repente, vem aos poucos.
Ela já nasce pronta. E tem de ser construída e conservada.
É do tamanho de um grão de areia e do tamanho do universo.
Não tem métrica.
Pode ter rima.
Ela é o que nossos olhos podem enxergar, mas não podem ver. Nossos ouvidos não a ouvem, mas escutam.
Contraditória, incompreendida e, para muitos, inexistente, a felicidade tem inúmeras definições. E quem as dá é qualquer um capaz de dizer da forma que mais lhe convém "eu sou feliz" ou "eu sou infeliz".
Não são as músicas, nem os poemas, os livros ou os sábios que vão definir a sua felicidade (ou a sua ausência). É você.
Como se apresenta, de que tamanho e como se mantém na sua vida, da mesma forma que ela se esvai, só você pode dizer. Isso se ao menos quiser dizer, pois o direito a palavra também lhe cabe, e se é da conta de segundos e terceiros e quartos, quem poderá dizer?
Nem Freud explica! Ele mesmo se convenceu de que não há conselho para ser feliz. É um problema individual que deve "resolvido" por cada um em particular.
A minha felicidade sou eu que digo. Na verdade, nem digo.
Mas e a sua? Como diz Clarice, não a Lispector, mas a Falcão, o que te faz feliz?
Ou, pergunto eu: o que te faz infeliz?

Texto: Monique Oliveira
Editado por Bia de Alcântara
A3NãoDá®

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